O cantor de funk Daniel Pedreira Sena Pellegrine, 20, conhecido como MC Daleste, morreu na madrugada de ontem após ter sido baleado durante show em Campinas (SP).
Pellegrine apresentava-se na noite de sábado em uma festa junina do conjunto habitacional Vila San Martin, na zona norte da cidade, quando, por volta das 22h40 (dez minutos após ter subido ao palco), foi baleado.
Houve outro disparo, que não atingiu ninguém.
Levado ao Hospital Municipal de Paulínia (SP), o jovem morreu à 0h55 de ontem. Seu enterro será às 9h de hoje, no cemitério da Vila Formosa, na zona leste de São Paulo --região de onde era o cantor.
Ninguém havia sido preso até a conclusão desta edição.
Vídeos divulgados por fãs mostram Pellegrine contando uma história durante a execução de uma música, quando é interrompido pelo disparo e cai para trás. Havia cerca de 1.000 pessoas no local do show e 4.000 na festa, segundo os organizadores.
A Secretaria de Segurança Pública informou que as gravações serão investigadas para descobrir o autor do disparo. Informações podem ser passadas, em sigilo, no 181.
Segundo a Folha apurou, o assassinato pode ter motivo de vingança: Pellegrine teria criado desavenças com pessoas da cidade durante uma das apresentações que fizera anteriormente --ele havia feito pelo menos três shows na região neste ano.
LETRAS PROLÊMICAS
"Apologia", uma das canções de Pellegrine, tem os versos: "Matar os polícia' é a nossa meta. Fala para nós quem é o poder. Mente criminosa, coração bandido".
A obra do cantor é geralmente categorizada como pertencente do movimento do funk de ostentação, espécie de subgênero do funk brasileiro cujos expoentes são artistas de São Paulo e que costuma enaltecer grifes e automóveis caros. (ADRIANA FARIAS, LUCAS SAMPAIO E MARTHA ALVES)